Pradarias marinhas

Artigo Pradarias Marinhas
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Já ouviu falar de pradarias marinhas? Sabe a importância que tem?

As pradarias marinhas ou pradarias de ervas marinhas, como o próprio nome indica, são formadas por uma ou mais espécies de ervas marinhas (Figura 1), que podem formar um complexo habitat em zonas de estuário, rios ou lagoas.

Zostera marina nf

Figura 1 – Erva marinha da espécie Zostera marina

Os seus antepassados eram plantas terrestres, que se conseguiram adaptar ao meio aquático, vivendo submersas em água salgada ou salobra. Como tal, as ervas marinas, também têm raízes, caules, folhas e produzem flores, fruto e semente.

Encontram-se em lugares calmos, longe de correntes e em sítios onde consigam receber a luz solar para realizar a fotossíntese, como tal, situam-se em zonas pouco profundas, apesar de haver registo de terem sido encontradas aos 70 metros de profundidade, mas em sítios onde a água era cristalina.  

Existem cerca de 70 espécies espalhadas pelo mundo e Portugal (continental) tem 3: Zostera marina, Zostera noltii e Cymodocea nodosa

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Figura 2 – Distribuição das ervas marinhas pelo mundo

 

Mas porque são tão importantes As ervas marinhas desempenham duas funções importantes que nos afectam directa ou indirectamente:

– São importantes agentes no combate às alterações climáticas, fixando/retirando grande parte no dióxido de carbono da atmosfera, através do processo de fotossíntese. E esta fixação pode ser 30 vezes superior às florestas terrestres e 35 vezes superior às florestas tropicais.

– Funcionam como zona de protecção e berçário para a vida marinha. Criam um habitat favorável, para que inúmeras espécies de peixes, moluscos e crustáceos, se alimentem nela, tenham as suas crias e procurem protecção.

A nível económico/comercial as pradarias também são de levada importância, já que um quinto das 25 espécies mais importantes para a pesca usam estas áreas.

Ao contrário do continente, onde existem (pelo menos) duas importantes pradarias marinhas (Rio Sado e Ria Formosa), os Açores devido às suas características geológicas não têm pradarias de ervas marinhas, mas têm outros habitats de extrema importância (jardins de corais e jardins de esponjas, por exemplo) que funcionam como as pradarias de ervas marinhas e é imperativo que sejam conservados.







Referências

Figura 1 – https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1a/Zostera_marina_nf.jpg

Figura 2 – Short F. et al, 2007. Global seagrass distribution and diversity: A bioregional model.

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 350, 3-20.

https://doi.org/10.1016/j.jembe.2007.06.012

 

Short F. et al, 2007. Global seagrass distribution and diversity: A bioregional model.

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 350, 3-20.

https://doi.org/10.1016/j.jembe.2007.06.012

 

Cunha A. et al, 2011. Seagrasses in Portugal: a most endangered marine habitat.

https://doi.org/10.1016/j.aquabot.2011.08.007

 

Unsworth RKF et al., 2018. Seagrass meadows support global fisheries production.

Conservation Letters. 2018; e12566.

 

Nordlund LM et al., 2018. Global significance of seagrass fishery activity. Fish and

Fisheries 19, 399–412.

 

Fourqurean JW et al., 2012. Seagrass ecosystems as a globally significant carbon

stock. Nature Geoscience 5, 505–509. https://www.nature.com/articles/ngeo1477

 

Mcleod E. et al., 2011. A blueprint for blue carbon: toward an improved understanding

of the role of vegetated coastal habitats in sequestering CO2.

https://doi.org/10.1890/110004

 

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